quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Boas compra$!

Enio Moraes Júnior

Recentemente reli e discuti com os meus alunos de jornalismo e publicidade um texto que acho particularmente intrigante, especialmente nesta época de consumo de Natal em que as TVs, jornais e a internet estão invadidas por propagandistas e celebridades que anunciam e vendem de tudo: de cartões de crédito a detergente, de fixador de dentadura a apartamentos em condomínios luxuosos. E o pagamento? “Só em janeiro, só em janeiro!”.

No texto, sem deixar dúvidas quanto ao seu ceticismo, o influente cientista político Benjamim Barber discorre sobre a nova forma de organização da sociedade contemporânea – a globalização – personificada em um McWorld em que predomina uma cultura de consumo e mercado que uniformiza os indivíduos e na qual a informação e a administração têm amplos poderes.Mas o que chama minha atenção é o conceito de Privatopia. Numa evidente alusão à Utopia de Morus, Barber fala de uma sociedade em que a cultura mercadológica e os meios de comunicação reforçam um estilo de vida em sociedade em que minorias (consumidores) vivem à margem da maioria. Nessas novas ilhas paradisíacas, o consumidor sobrepõe-se, e praticamente aniquila, o não-consumidor.

Para Barber, a ideologia é substituída por uma videologia. Ou seja, o conflito das ‘relações de forças’ é substituído pela ‘força de sedução’ da imagem. A realização dessa vida privatopizada, seduzida pela referência videológica tanto do jornalismo como na publicidade, é constantemente reforçada em todos os canais da TV, na internet e nos jornais o tempo todo, mas a sua forma mais concreta talvez sejam os shoppings centers, especialmente abarrotados nos finais de ano por consumidores vorazes.

Estimulados pelas cores, enfeites e laçarotes natalinos – parte pulsante da videologia – lá vão eles (ou nós?) rechear seus (ou nossos?) privatopos de novidades e arrogância. Com todo esse clima eufórico de consumo, mal nos sobra tempo para lembrar o significado religioso do Natal (também de forte carga ideológica, diga-se de passagem). E aí me vem à mente o bom Frei Betto que, ao comparar a igreja ao shopping center, observa:

Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, adquirem status construindo um shopping center. É curioso: 90% dos shoppings centers têm linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles, não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. Entra-se naqueles claustros, observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo acolitados por belas sacerdotisas ao som da musiquinha do gregoriano pós-moderno. Quem pode comprar a vista, sente-se o reino dos céus. Se tem que fazer pré-datado, pagar a crédito, então sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno: ‘Sou um desgraçado’. Felizmente, terminamos todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, como o mesmo suco e o mesmo sanduíche do McDonald’s (...).

Enfim, meu caro ou minha cara, brindemos aos nossos umbigos e boas compra$!!!

BARBER, Benjamim. Cultura McWorld. IN: MORAES, Dênis de (Org.). Por uma Outra Comunicação. Rio de Janeiro, Record, 2005.

BETTO, Frei. Crise da Modernidade e Espiritualidade. IN: VERISSIMO, Luiz Fernando (entre outros). O Desfio Ético. Rio de Janeiro, Garamond: 2000.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Aracaju, Sergipe


Característicos da região do Nordeste brasileiro, os festejos juninos – do mês de junho – são uma tradicional festa popular em devoção a Santo Antônio, São João e São Pedro. Estes festejos representam uma forma de agradecimento aos santos pela colheita e fartura na mesa dos camponeses da região, bem como um ritual de preparação para novos plantios.
As festas juninas são, enfim, uma celebração da força da terra e da vida do povo nordestino. Aracaju, capital sergipana, tem sido uma das principais sedes desses festejos na região, atraindo turistas de todo o país.
(Foto: Enio Moraes Júnior / Aracaju, 2006)

sexta-feira, 30 de junho de 2006

Penedo, Alagoas



Esta é a cidade de Penedo, no interior de Alagoas, onde tive a honra de nascer e morar até os 14 anos. É uma cidade linda, às margens do rio São Francisco, e conhecida pela imponência da sua arquitetura e pela gentileza do seu povo. Acho que nascer num lugar assim sempre ajuda as pessoas a serem mais felizes!
Há poucos dias resolvi passar por lá para fazer algumas fotos para lembrar, mostrar e orgulhar-me.
(Foto: Enio Moraes Júnior / Penedo, 2006)